Início  >  Murais  >  Aveiro

 

Obras de grandes dimensões

 

Fresco no Palácio de Justiça de Aveiro (1962)

(3.60 m x 4.55 m)

 

Descrição na biografia

 

José Estêvão

(Fotografia obtida na página de José Estêvão)

 

Biografia (obtida na página de José Estêvão)

 

José Estêvão Coelho de Magalhães, filho de Luís Cipriano Coelho de Magalhães e de D. Clara Miquelina de Azevedo Leitão, nasceu em Aveiro a 26 de Novembro de 1809, onde foi baptizado na Freguesia da Senhora da Apresentação, em 1 de Janeiro de 1810.

Aos 16 anos encontra-se matriculado no Curso de Direito da Universidade de Coimbra.

Alistou-se no Terceiro Batalhão Académico quando, em 1828, D. Miguel estabeleceu o Absolutismo. Em Aveiro conseguiu sublevar os Liberais da região; teve, porém, de emigrar para a Galiza com as Forças da Junta do Porto. Daqui embarcou para Inglaterra, onde se alojou no célebre barracão de Plymouth.

Em 1829, passa com outros emigrados à Ilha Terceira, onde escreve a Crónica da Terceira. Tomou parte nas lutas dos Açores, onde assistiu à tomada do Faial. Desembarcou no Mindelo a 8 de Julho de 1832.

Em 1834 José Estêvão é promovido a Primeiro Tenente e, em Fevereiro desse ano, contribuiu mais uma vez para a vitória liberal.

A guerra civil terminou nesse ano, depois da vitória liberal. José Estêvão regressou a Aveiro e, depois, seguiu para Coimbra, para continuar os estudos.

Dispensado da frequência do 5º ano, substituiu o pai no parlamento. Foi eleito representante pelo círculo de Aveiro em 1837. No ano seguinte fundou o jornal "O Tempo".

Em 1840 concorreu à cadeira de Economia Política da Escola Politécnica, que ocupou.

Em 1842, combateu o Cabralismo e, em 1844, entrou na Revolta do Conde do Bonfim.

Entretanto, fugiu para Espanha, tendo voltado em 1846. Hostilizado pelo Cabralismo, ocultou-se na província em 1848, tornando à política no ano seguinte.

Decorria o ano de 1847. O Partido Nacional que reunia a oposição não conseguia evitar as falsificações nos recenseamentos e, por isso, colocou-se a hipótese de não se realizarem eleições. José Estêvão opôs-se.

No ano de 1851, a Regeneração trouxe-o de volta ao Parlamento. Neste período bateu-se pela construção do Liceu de Aveiro e pela passagem na mesma cidade do caminho de ferro Lisboa-Porto.

Entre 1861 e 1862, José Estevão está envolvido na fundação do Asilo de S. João em Lisboa, o que faz com meios financeiros da Maçonaria, bem como, em Aveiro, de um asilo para a infância desvalida.

O novo edifício do Liceu de Aveiro, que José Estêvão exigia, em intervenções parlamentares, desde Julho de 1853, viria a ser inaugurado em 1860, enquanto a linha de caminho de ferro acabaria por passar em Aveiro, depois de várias peripécias, acusações e pressões de diversa ordem, que pretendiam calar a voz do insigne Aveirense.

José Estêvão casou em 1858 com D. Rita de Moura Miranda e, no ano seguinte nasceu o seu segundo filho, Luís de Magalhães, isto porque, em 1837, em Coimbra, nasceu um filho seu de nome Mateus, fruto de amores de estudante.

Em 1860 nasceu a sua filha Joana, que viria a morrer em Abril do ano seguinte.

Repentinamente, a 4 de Novembro de 1862, José Estêvão Coelho de Magalhães morreu em Lisboa, quando nada o fazia prever, deixando a esposa grávida de um filho que viria a ter o nome do pai.