Helena Roque Gameiro Leitão de Barros
Pintora e professora de Artes Decorativas, nasceu em 2 de Agosto de 1895, em Lisboa, e faleceu, também na capital, em 26 de Abril de 1986. Filha de Alfredo Roque Gameiro e de Assunção Roque Gameiro, casou com o realizador de cinema José Leitão de Barros, em 1923. Foi, durante 25 anos, professora da Escola de Artes Decorativas António Arroio, sendo por essa actividade distinguida como Grande Oficial da Ordem de Instrução Pública. Para além da docência nesta escola, foi professora particular de inúmeras discípulas. Figorou, em 1909, na Exposição de pintura nos Armazéns Grandela apresentando-se ao lado de seu pai, e dos seus irmãos Raquel e Manuel. O mesmo sucedeu em 1911, na exposição realizada no atelier de Alfredo Roque Gameiro, na rua D. Pedro V. Apresentou aguarelas na X Exposição da Sociedade Nacional de Belas-Artes (S.N.B.A.), em 1913, e participou, entre outras, em 1915, na XII, registando endereço na Amadora. Em 1917, obteve a I medalha na secção de aguarela na 3ª Exposição de Aguarela, Desenho e Miniatura da S.N.B.A. Acompanhou o seu pai ao Rio de Janeiro e a S. Paulo, em 1920, obtendo assinalável êxito. Em 1933, expôs no Porto, com Alfredo e Raquel Roque Gameiro. Após a morte do pai, em 1935, esteve longos anos sem expor, sabendo-se que realizou uma mostra de aguarelas, em Fevereiro de 1947, no estúdio do S.N.I. Vários museus nacionais e internacionais possuem obras da sua autoria, entre os quais destacamos o MNAC - Museu do Chiado, em Lisboa, o Museu de José Malhoa, nas Caldas da Rainha, o de Grão Vasco, em Viseu, eo Museu de Arte Contemporânea do Rio de Janeiro. Tornou-se muito conhecida como pintora de flores, mas após um estudo mais aprofundado sobre a sua obra publicado em 2016, concluiu-se que o referente dominante na sua pintura foi a paisagem. Bib.: Américo Lopes de Oliveira e Mário Gonçalves Viana, Dicionário Mundial de Mulheres Notáveis, Porto, Lello & Irmão Editores, 1967, pp. 466-467; Catálogo da Exposição de Aguarelas de Helena Roque Gameiro no Estúdio do S.N.I., s.l., s.e.,1947;Dicionário da Pintura Portuguesa, vol III, Lisboa, Estúdios Cor, 1973, pp. 360-361; Fernando Pamplona, Dicionário de Pintores e Escultores Portugueses ou Que trabalharam em Portugal, vol. II, Lisboa, s.e., 1956, pp. 110-111; Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, vol. XII, Lisboa/Rio de Janeiro, Editorial Enciclopédia, Limitada, s.d., p. 126; Paulo Guinote, Quotidianos Femininos (1900-1933), Lisboa, Organizações Não Governamentais do Conselho Consultivo da Comissão para a Igualdade e para os Direitos das Mulheres, 1097,vol.I, p. 312; Sociedade Nacional de Belas-Artes Décima Segunda Exposição, Lisboa, Tipografia do Anuário Comercial, 1915; Ilustração Portuguesa, 27/11/1911, pp. 690-692. Sandra Leandro
(artigos redigidos entre 2000-2002) para CASTRO, Zília Osório de; ESTEVES, João (dir.)
Dicionário no feminino (séculos XIX-XX)
Lisboa: Livros Horizonte, 2005
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1895 - Nasce em Lisboa.
1910 - Expõe, pela primeira vez na Sociedade Nacional de Belas Artes. Durante toda esta década e a seguinte participa regularmente, sobretudo com aguarelas, nas exposições anuais da SNBA onde obtém vários prémios.
1920 - Com seu pai, expõe no Brasil, nas cidades do Rio de Janeiro e de S. Paulo. (Ver Notícias Ver Catálogo )
1923 - Participa na Exposição de Aguarelistas Portugueses que se realiza em Madrid (Ver Notícias). Ainda neste ano, casa com José Leitão de Barros, também ele pintor aguarelista, mas sobretudo conhecido como pioneiro do cinema português. É, durante muitos anos, professora e directora das Oficinas de Arte Aplicada da Escola António Arroio.
1947/50 - Realiza as suas últimas exposições, em Lisboa e no Porto.
1986 - Vem a falecer a 26 de Abril.
in A Casa Roque Gameiro, na Amadora
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Nasceu em 1896. Expôs pela primeira vez, com 14 anos, na Sociedade Nacional de Belas Artes.
Pintora de rara dignidade profissional tocou todos os assuntos com a mesma simplicidade e segurança de factura. Se se distinguiu como grande pintora de flores, as suas paisagens, interiores e naturezas mortas são sempre cheias de frescura, intimidade e graça. Concorreu à Exposição de Artistas Portugueses organizada pelo Ministério da Educação. Em 1920, foi, com seu pai, ao Brasil, onde as suas Exposições, tanto no Rio como em S. Paulo, obtiveram grande êxito. (Ver Notícias Ver Catálogo ). Tem quadros nos museus de S. Paulo e Rio de Janeiro. Em 1923, enviou trabalhos seus para uma exposição de Aguarelistas Portugueses que se realizou em Madrid, tendo aguarelas suas sido adquiridas pelo Museu de Madrid e pela Casa Real Espanhola. Foi durante muitos anos professora e directora das oficinas de lavores femininos da Escola António Arroio. Foi agraciada com a Ordem de Instrução Pública. Em 1947 as suas alunas prestaram-lhe uma calorosa homenagem.
Fez as suas últimas exposições no SNI, em 1947, e em 1950, no Porto. In Publicação do Museu Roque Gameiro
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Aguarelista contemporânea, filha e discípula de Alfredo Roque Gameiro. De nobre sensibilidade, interpretava as flores com extraordinária delicadeza e sentimento, em composições cheias de elegância. Também se distinguiu na representação de interiores aristocráticos tocados de intimismo e em finas paisagens de tons suaves. Manejava com subtileza a tinta de água, de que sabia tirar efeitos surpreendentes. Os seus cartões, executados com grande simplicidade, têm cunho profundamente feminino. Figurou com aguarelas na 10.a Exposição da Sociedade Nacional de Belas Artes (1913) e seguintes e logo em 1917 ali obteve a 1a medalha em aguarela.
Após a morte de seu pai e mestre, ocorrida em 1935, esteve longos anos sem expor.
Foi casada com o saudoso aguarelista e realizador cinematográfico Leitão de Barros. Está representada no Museu Nacional de Arte Contemporânea com aguarelas de flores, no Museu Regional Grão Vasco, de Viseu, com os cartões «Óbidos», «Rua das Olarias» (Viana do Alentejo) e «Casal», e em muitas colecções particulares.
bibliografia: Fernando de Pamplona — «Um Século de Pintura e Escultura em Portugal»; «Guia de Portugal»; «Museu Regional Grão Vasco» (catálogo-guia).
in Fernando de Pamplona:
DICIONÁRIO DE PINTORES E ESCULTORES
Portugueses ou que trabalharam em Portugal, Vol. IV
2ª Edição (actualizada) - Livraria Civilização Editora
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Pintora e professora de Artes Decorativas nasceu em 2 de Agosto de 1895, em Lisboa, e faleceu também na capital em 26 de Abril de 1986. Filha de Alfredo Roque Gameiro e de Maria da Assunção de Carvalho Forte Roque Gameiro casou com o realizador de cinema José Leitão de Barros. Durante 25 anos foi professora da Escola de Artes Decorativas António Arroio, sendo distinguida por essa actividade como Grande Oficial da Ordem de Instrução Pública. Para além da docência nessa escola foi professora particular de inúmeras discípulas. Conjuntamente com os seus irmãos Raquel e Manuel, participou, em 1911, na exposição realizada no atelier de seu pai na rua D. Pedro V (Ver Notícias). Figurou com aguarelas em diversas exposições da S.N.B.A. (1913, 1915, 1924, 1925). Na Décima Exposição em 1913, recebeu menção honrosa na Secção de Aguarela. Participou na primeira Exposição de Aguarela da S.N.B.A., em 1914. Em 1917, obteve a primeira medalha na Secção de Aguarela na Terceira Exposição de Aguarela, Desenho e Miniatura. Acompanhou o seu pai ao Rio de Janeiro e a S. Paulo, em 1920, obtendo assinalável êxito. Em Maio de 1922, Helena Roque Gameiro organizou uma exposição de Arte Aplicada e em Janeiro de 1923 apresentou-se de novo ao público. Participou na Exposição de Arte organizada em Junho de 1925 em honra do Congresso para o Progresso das Ciências. Em 1933 expôs, no Porto, com Alfredo e Raquel Roque Gameiro. Após a morte de seu pai, em 1935, esteve longos anos sem expor, sabendo-se que realizou uma mostra de aguarelas, em Fevereiro de 1947, no estúdio do S.N.I.. Vários museus nacionais e internacionais possuem obras de sua autoria entre os quais destacamos para além do M.N.A.C.-M.C., o Museu de José Malhoa, nas Caldas da Rainha, o Museu Grão Vasco, em Viseu, e o Museu de Arte Contemporânea do Rio de Janeiro. As flores são o referente dominante da sua pintura.
Obtido em MatrizNet
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