Côrtes Medievais (1944)
Painéis na Escadaria do Palácio de S. Bento
Óleos sobre tela
(Dimensões: 4,820 m x 2,700 m e 4,500 m x 2,070 m)
Ver | Descrição na biografia |
2003-07-28 | ↗️ Palácio de São Bento (RTP Arquivos)
- No Palácio de São Bento, Raquel Santos entrevista Isabel Corte-Real, Secretária-geral da Assembleia da República, Simonetta Luz Afonso, conservadora do Museu e do Palácio de São Bento, Rui Costa, Diretor de Serviços de Documentação e Informação da Assembleia da República, e Mota Amaral, Presidente da Assembleia da República. 9,40-11,15 min.: Referência a dois trípticos intitulados "Defesa da Nação" e de "Prosperidade da Nação" da autoria de Martins Barata. |
1993-07-25 | Notícias Magazine - Palácio S Bento |
1945 | O Palácio de S. Bento, por Joaquim Leitão (Painéis nas páginas 58-65, descrição nas págimas 102-103) |
Tríptico do lado da Assembleia Nacional
As Cortes de Leiria (Séc. XIII). Pela primeira vez se pode assegurar a presença nas Côrtes dos representantes do Povo - os Procuradores dos Conselhos, os primeiros Deputados. Além do Clero, com as suas insígnias - as Cruzes, os Báculos e as Mitras -, da Nobreza, com as suas armas - as espadas, as lanças e os escudos -, pela primeira vez aparece o Povo com os seus direitos assegurados e escritos, nos Forais.
Painel da esquerda: | O Clero
Ocupa, em relação aos Nobres, ao Rei e ao Povo, o lugar que sempre ocupou nas Côrtes Portuguesas, segundo as plantas mais antigas. Representam-se neste painel, junto da capela de S. Pedro, os Arcebispos, os Bispos, o Abade de Alcobaça, os diáconos, os Mestres das Ordem Militares de Santiago, do Templo e de Aviz (ainda então com a cruz encarnada), o Prior da Ordem do Hospital, o Prior dos Pregadores (Dominicanos) e o Guardião dos Frades Menores (Franciscanos). Cruzes Procissionais, Pálio Rico, Círios, Caldeirinha e Incensário. |
Painel do centro: | O Rei e o Povo
O Rei D. Afonso III, de espada cingida e Ceptro na mão, sentado no seu Trono, rodeado dos funcionários do seu Palácio: o Canciller, o Superjudex, o Alferes-menor, o Vice-mordomo, o Reposteiro-Mor, o Capelão e os Físicos, segundo as práticas leonesas e a maneira francesa, que o "Bolonhez", após a sua longa permanência na Côrte de Paris, não deixaria de adoptar em Portugal. No primeiro plano, conscientes da sua força nascente, os Procuradores dos Conselhos - os primeiros deputados -, com seus Forais na mão, instrumentos da sua força nascente. |
Painel da direita: | A Nobreza
Os Ricos-Homens, os Infanções, os Cavaleiros, os Escudeiros e os Condes, com suas armas e suas signas, os seus pendões, as suas flâmulas e os seus estandartes. Os Falcoeiros e os Págens, com os rafeiros do Alentejo e os molossos de Castro Laboreiro. Ao fundo, o Castelo de Leiria - ainda então românico. |
Tríptico do lado da Câmara Corporativa
Alegorias à Indústria, à Arte, Ciência e Humanidades, à Agricultura e Comércio (Séc. XV). A grande tradição corporativa encontra-se, iconograficamente, mais documentada no Século XVI. Porém, para assegurar maior unidade aos dois Trípticos, eu quis ainda neste, manter o caracter medievo. Suponho que não será difícil de imaginar enquadrada no final da Idade Média a gente que se escolheu para animar a parede.
Painel da esquerda: | A agricultura
A Lavra, a Sementeira, os Gados, os Frutos. É indispensável cingirmo-nos às coisas, aos produtos e aos animais possíveis da época e à verosimilhança e simultaneidade dos factos representados. De todos os elementos iconográficos e etnográficos, julgo serem os deste Painel os mais seguros; São alguns copiados de objectos e alfaias contemporâneos que condizem, em absoluto, com os documentos da época, como o velho arado romano, os ceifões, a enxada, o jugo, e, como o cesto, certamente o tarro também. |
Painel do centro: | A indústria
O Pescador, o Ferreiro, a Fiandeira, o Carpinteiro, o Cordoeiro, o Alvanéo, o Sapateiro, o Oleiro, o Cerieiro, o Atafoneiro, o Armeiro, o Padeiro, o Sombreireiro, o Alfaiate, etc, com as suas insignias e bandeiras. Ao centro, o Arquitecto, representando, talvez, a Arte e a Ciência, e o Letrado, que simbolizará os estudos das Humanidades e da Filosofia. Centrando o Painel e o Tríptico, a imagem de São Vicente, patrono de Lisboa; da Lisboa já então, e definitivamente, cabeça da Nação. |
Painel da direita: | O comércio
Os Mercadores do Norte e do Levante, com os seus cofres, os seus potes de especearias, as suas jóias e as suas fazendas; os Vinhos e os Cereais que se exportam; As Urcas e as Naus de Comércio e os Transportes terrestres. |
Ver:
⚲ | mais sobre ↗️ Escadaria Nobre do Palácio de S. Bento |
⚲ | Triptico intitulado ↗️ “A defesa da Pátria” |
⚲ | Tríptico intitulado ↗️ “A Prosperidade da Nação” |
⚲ | ↗️ VISITA VIRTUAL ao Palácio de S. Bento |
⚲ | Palavras de Martins Barata na visita às pinturas do Palácio de S. Bento em Olisipo , de Abril de 1950 |
⚲ | Relação dos 145 estudos feitos para as pinturas decorativas da Escadaria Nobre do Palácio da Assembleia Nacional |
Alguns estudos para a realização destes painéis
Estudos dos Painéis
Estudos de cabeças
Estudos de cabeças (a identificar)
Outros Estudos de cabeças
Estudos de figuras
Estudos de Mãos e pés, nús e calçados
Estudos de Animais
Estudos de Acessórios
Crioridades: A única imagem feminina representada é a de Guida Ottolini, sobrinha do pintor (Estudo nº 038 - Fiandeira) |
Gravura de Renato de Araújo |
Martins Barata ao pintar as telas numa sala do Palácio de S. Bento
No dia da inauguração
Ver ↗️ outra fotografia e descrição e ↗️ outra
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